A Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (FLIPEI) está prestes a realizar sua primeira edição em São Paulo, marcando uma nova fase para o evento que anteriormente acontecia em Paraty. Nos dias 2, 3 e 4 de agosto, a Central 1926, localizada no centro histórico da capital paulista, será o cenário desta celebração literária gratuita. O público terá acesso a uma programação diversificada, incluindo mesas redondas, entrevistas, debates komunais, feira de livros e rádio pirata.
Mudança de Cenário
Após seis edições em Paraty, a FLIPEI migra para São Paulo em busca de autonomia e para evitar os altos custos imobiliários. Segundo Caue Seignemartin Ameni, um dos organizadores, o orçamento necessário para realizar o evento em São Paulo é significativamente menor comparado ao Rio de Janeiro. A mudança é vista com otimismo, tanto pela organização quanto pelas editoras independentes que participam do evento.
Programação Politicamente Engajada
A curadoria da FLIPEI é conhecida por trazer discussões políticas relevantes. Este ano, os debates abordarão temas como a causa palestina, descriminalização do aborto, privatização das escolas e literatura utópica. Entre os destaques da programação está o jornalista palestino e correspondente de guerra Mohammed Omer. Outras figuras de renome, como Guilherme Boulos, Érika Hilton, Rita Segato e McKenzie Wark, também estão confirmadas.
Expectativas e Desafios
Apesar da mudança, os organizadores não têm uma estimativa precisa de público. A expectativa é alta, com 240 mil contas alcançadas nas redes sociais, das quais 43,8% são de São Paulo. Lizandra Magon de Almeida, presidente da Liga Brasileira de Editoras (LIBRE), ressalta que a FLIPEI em Paraty tinha um caráter mais confrontador, mas acredita que o evento em São Paulo manterá sua combatividade.
Logística e Público
A mudança para São Paulo traz alívio logístico e financeiro para as editoras participantes. Leopoldo Cavalcante, da Aboio, destaca que a realização do evento na capital paulista facilita a logística e reduz custos. A proximidade com um novo público, que anteriormente não tinha acesso ao evento devido à distância e aos custos de viagem, é um dos pontos positivos mencionados por Daniel Lameira, da Seiva.
Destaques da Programação
Além de Mohammed Omer, a programação inclui a participação de Carol Ito, jornalista e ilustradora conhecida por seu trabalho com direitos humanos. Ela participará da mesa “Os silêncios que os quadrinhos narram: HQs e subversão” e da Rádio Pirata. Ito destaca a importância das editoras independentes no cenário dos quadrinhos autorais no Brasil e a relevância de eventos como a FLIPEI para a democratização do acesso à cultura.
Financiamento e Sustentabilidade
Para financiar a programação, a FLIPEI realizará bailões com artistas do hip-hop, rap, funk, afro-beats e eletrônico. Além disso, a organização lançou uma campanha de financiamento coletivo com diferentes cotas de apoio. Em 2023, 400 pessoas colaboraram com o projeto, e este ano, até o início da semana pré-evento, 118 pessoas já haviam aderido à campanha.
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Confira a lista de editoras participantes da Flipei 2024:
- Autonomia Literária
- Jacobin Brasil
- Biblioteca Terra Livre
- Fala
- Funilaria
- Igra knigra
- Contos Livres
- Folhas de Relva
- Fósforo
- Movimento
- Revista Recorte
- Cobogó
- Boitempo
- Dandara
- Anansi lab
- Jandaíra
- Dublinense
- Editora Nós
- Instituto Conhecimento Liberta (ICL)
- Aboio
- DAAZ
- Editora34
- Elefante
- Expressão Popular
- Glac
- Hortelã
- Abarca
- Lavra palavra
- Leya
- Lote42/Banca Tatuí
- N-1
- Nigra koro
- Borboleta azul
- Peabiru
- Seiva
- Ubu
- Usina
- Veneta
- Feminas
- Inssurectas
- Andaluz
- Editora Politeia
- Sobinfluencia
- Sebo Clepsidra
- Bazar do tempo
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