Crítica | Planeta dos Macacos: O Reinado

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“Planeta dos Macacos: O Reinado” é um exemplo raro de uma sequência que não apenas faz jus ao legado de sua franquia, mas também eleva a narrativa a novos patamares. Dirigido por Wes Ball, o filme consegue manter o espectador cativado enquanto explora novos horizontes dentro do universo já conhecido.

A trama se passa aproximadamente 300 anos após os eventos do reboot iniciado em 2011, mergulhando em um futuro distópico onde os símios dominam o planeta, divididos em clãs com culturas distintas. O foco está no Clã das Águias, liderado por chimpanzés que têm uma relação simbiótica com águias, utilizando-as como armas e símbolos de passagem para a maturidade. O jovem Noa (Owen Teague) é o herói da vez, embarcando em uma jornada épica para resgatar seu clã das garras do vilão Proximus Caesar (Kevin Durand).

Planeta dos Macacos

O roteiro de Josh Friedman, conhecido por seu trabalho em “Guerra dos Mundos” e “Terminator: The Sarah Connor Chronicles”, é notável pela sua simplicidade estrutural e profundidade temática. O filme explora a construção de mitos e a preservação da história através dos personagens de Raka (Peter Macon), um orangotango sábio, e Nova (Freya Allan), uma humana involuída, cujo nome ressoa com o legado da franquia. A narrativa é habilmente construída, com cenas que estabelecem rapidamente a empatia do público pelos personagens principais e seu mundo.

 

A direção de Ball é precisa e envolvente, mostrando uma habilidade notável em equilibrar momentos de ação intensa com sequências de desenvolvimento de personagens. A cena de abertura, onde Noa e seus amigos caçam ovos de águia, é um exemplo perfeito de como criar tensão e introduzir o público ao universo do filme. Ball também sabe quando permitir que a narrativa respire, dando espaço para momentos de introspecção e descoberta que são cruciais para a evolução do protagonista.

Planeta dos Macacos

No quesito técnico, “Planeta dos Macacos: O Reinado” é um espetáculo visual. A utilização da captura de performance e efeitos visuais é impecável, eliminando qualquer vestígio do Vale da Estranheza e tornando os personagens símios incrivelmente realistas. A combinação de CGI com efeitos práticos resulta em um mundo crível e tangível, onde cada detalhe contribui para a imersão do espectador.

O filme também é cheio de referências e homenagens aos seus antecessores, desde a semelhança do figurino de Raka com o do Dr. Zaius até a jornada de Noa, que ecoa a trajetória de George Taylor no clássico de 1968. Referências que são sutis e bem integradas, servindo como um presente para os fãs de longa data sem prejudicar em nada os novos espectadores.

“Planeta dos Macacos: O Reinado” é uma continuação que respeita e enriquece a franquia, oferecendo uma narrativa envolvente e visualmente deslumbrante que explora temas profundos sobre história, mito e identidade. É um filme que não só continua a saga dos símios, mas também pavimenta o caminho para futuras histórias neste universo fascinante. Se a qualidade vista aqui é mantida, a nova trilogia promete ser tão memorável quanto a anterior.

Confira o teaser de “Planeta dos Macacos: O Reinado”

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